sexta-feira, 26 de junho de 2009

Verdades....

Dedução
Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.
Vladimir Maiakóvski

Relatos de experiência

Álvaro de Campos

Ah, Onde Estou

Ah, onde estou onde passo, ou onde não estou nem passo,
A banalidade devorante das caras de toda a gente!
Ah, a angústia insuportável de gente!
O cansaço inconvertível de ver e ouvir!
(Murmúrio outrora de regatos próprios, de arvoredo meu.)

Queria vomitar o que vi, só da náusea de o ter visto, Estômago da alma alvorotado de eu ser...

sábado, 25 de abril de 2009

Para Jéssica- trecho de um sonho...

Fonte: http://artfiles.art.com/images/-/Natasha-Wescoat/With-the-Waves-Print-C12183683.jpeg


Caio Fernando Abreu -Ovelhas Negras


“Vem, que eu quero te mostrar o papel cheio de rosas nas paredes do meu novo quarto, no último andar, de onde se pode ver pela pequena janela a torre de uma igreja. Quero te conduzir pela mão pelas escadas dos quatro andares com uma vela roxa iluminando o caminho para te mostrar as plumas roubadas no vaso de cerâmica, até abrir a janela para que entre o vento frio e sempre um pouco sujo desta cidade. Vem, para subirmos no telhado e, lá do alto, nosso olhar consiga ultrapassar a torre da igreja para encontrar os horizontes que nunca se vêem, nesta cidade onde estamos presos e livres, soltos e amarrados. Quero controlar nervoso orelógio, mil vezes por minuto, antes de ouvir o ranger dos teus sapatos amarelos sobre a madeira dos degraus e então levantar brusco para abrir a porta, construindo no rosto um ar natural e vagamente ocupado, como se tivesse sido interrompido em meio a qualquer coisa não muito importante, mas que você me sentisse um pouco distante e tivesse pressa em me chamar outra vez para perto, para baixo ou para cima, não sei, e então você ensaiasse um gesto feito um toque para chegar mais perto, apenas para chegar mais perto, um pouco mais perto de mim. Então quero que você venha para deitar comigo no meu quarto novo, para ver minha paisagem além da janela, que agora é outra, quero inaugurar meu novo estar-dentro de- mim ao teu lado, aqui, sob este teto curvo e quebrado, entre estas paredes cobertas de guirlandas de rosas desbotadas. Vem para que eu possa acender incenso do Nepal, velas da Suécia na beira- da da janela, fechar charos de haxixe marroquino, abrir armários, mostrar fotografias, contar dos meus muitos ou poucos passados, futuros possíveis ou presentes impossíveis, dos meus muitos ou nenhuns eus. Vem para que eu possa recuperar sorrisos, pintar teu olho escuro, salpicar tua cara com purpurina dourada, rezar, gritar, cantar, fazer qualquer coisa, desde que você venha, para que meu coração não permaneça esse poço frio sem lua refletida. Porque nada mais sou além de chamar você agora, porque tenho medo e estou sozinho, porque não tenho medo e não estou sozinho, porque não, porque sim, vem e me leva outra vez para aquele país distante onde as coisas eram tão reais e um pouco assustadoras dentro da sua ameaça constante, mas onde existeum verde imaginado, encantado, perdido. Vem, então, e me leva de volta para o lado de lá do oceano de onde viemos os dois.”

Sade-trecho

"Nós distinguimos, em geral, duas espécies de crueldade: a que nasce da estupidez que, sem razão e sem análise, assimila o indivíduo às feras, não produz prazer algum; é apenas uma inclinação natural; as brutalidades por ela causadas não são erigosas, pois é fácil delas nos defendermos. A outra. espécie de crueldade, fruto da extrema sensibilidade dos órgãos, não é conhecida senão pelos seres extremamente delicados; é uma delicadeza extrema e refinada que põe em movimento todos os recursos da maldade. Poucas pessoas podem perceber tais diferenças, poucas a podem sentir; entretanto, elas existem. É este segundo gênero de crueldade que mais se encontra entre as mulheres; são conduzidas por excesso de sensibilidade, a força do espírito torna-as ferozes; por isso mesmo são encantadoras, fazem todos perderem a cabeça por elas. Infelizmente a rigidez absurda dos nossos costumes deixa pouco terreno a essa crueldade, obrigando-as a se esconder, a dissimular, a cobrir suas inclinações naturais por atos ostensivos de beneficência que elas no fundo odeiam."

Sursi-Sartre

"No meio do Pont-Neuf ele parou a pôs-se a rir; essa liberdade procurei-a bem longe; estava tão próximo que não a podia ver, não a podia tocar, era apenas eu. Eu sou a minha liberdade. Esperara ter um dia uma imensa alegria, ser transpassado por um raio. Mas não havia nem raio nem alegria: aquela nudez apenas, aquele vácuo tomado de vertigem diante de si mesmo, aquela angústia cuja própria transparência impedia de se ver. estendeu as mãos e passeou-as devagar sobre a pedra do parapeito, era rugosa, vincada, uma esponja petrificada, quente ainda do sol da tarde. Estava ali, enorme e maciça, encerrando em si o silêncio esmagado, as trevas comprimidas que constituem o âmago das coisas. Estava ali, uma plenitude. Teria desejado agarrar-se a essa pedra, fundir-se nela, encher-se de sua opacidade, de seu repouso. Mas ela não podia ser-lhe de nenhuma serventia, estava fora, para sempre. No entanto havia suas mãos no parapeito branco: quando as olhava, pareciam de bronze. Mas, justamente porque as podia olhar, não lhe pertenciam mais, eram mãos de outro, de fora, como as árvores, como os reflexos no Sena, mãos cortadas. Fechou os olhos e elas tornaram a ser dele; não houve mais sobre a pedra quente senão um gostinho ácido e familiar, um saborzinho de formiga muito desdenhável. Minhas mãos: a inapreciável distância que me revela as coisas e delas me separa para sempre. Não sou nada, não tenho nada. Tão inseparável do mundo quanto à luz e, no entanto exilado, como a luz, deslizando à superfície das pedras e da água, sem que nada, jamais, me prenda ou me faça encalhar. Fora. Fora. Fora do mundo, fora do passado, fora de mim mesmo: a liberdade é o exílio e estou condenado a ser livre." (Sursis - Sartre p.297, 298)

domingo, 1 de março de 2009

Resenhas II...



George Orwell
Pseudônimo de Eric Arthur Blair. Autor inglês criado na índia , foi membro policial em Mianmar. Ensaísta, romancista e membro do partido operário; forte crítico de Franscisco Franco e o totalitarismo surgido no início do século XX, desencadeado primordialmente na guerra civil espanhola. Publicou livros como Nineteen Eighty-Four(1984), publicado em 1948 com uma crítica ao poder totálitario do Estado e o desenvolvimento do capitalismo pós-guerra.link para download:http://www.4shared.com/file/5895321/e83aece3/1984_-_george_orwell.html?s=1

Animal Farm-1945(Triunfo dos porcos- título em Portugal; Revolução dos bichos- Título no Brasil). Uma metáfora a construção da classe operária na Inglaterra, Rússia e França. Um peso marcante na forma de dissolução do comunismo real, principalmente por experiências vividas no oriente, e na guerra civil espanhola.
Influenciou autores como: Antony Burgess( Laranja Mecânica, William Gibson( Neuromancer-obra que originou Matrix the movie, PhilipK. Dick( Blade Runner e Minority Report) dentre outros.

Os sete mandamentos dos Bichos:

1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.

2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.

3. Nenhum animal usará roupas.

4. Nenhum animal dormirá em cama.

5. Nenhum animal beberá álcool.

6. Nenhum animal matará outro animal.

7. Todos os animais são iguais.


Dos porcos:

4. Nenhum animal dormirá em cama com lençóis.

5. Nenhum animal beberá álcool em excesso.

6. Nenhum animal matará outro animal sem motivo.

7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais do que outros.

Resenhas...




Victor Hugo- (Páris-1802-1885).
Autor com uma vasta produção literária, direcionando para situações políticas e sociais do seu tempo. Obras de destaque: Notre-Dame de Paris (1831). Crítica a memória e partimônio cultural francês, pondo em xeque a noção de cultura através da crítica feita a imagem da capela como mero símbolo do antigo regime. Muita das vezes, erroneamente traduzida para corcunda de Notre-Dame, sendo a capela a personagem central e não o Quasímodo, pois o corcunda representa a imagem que a frança faz de sua própria cultura. Aos leitores de Walter Benjamim, uma boa leitura...




Les Misérables (1862)- forte crítica ao sistema capistalista do século XIX. Ganhou uma versão no cinema.Link par download:http://www.4shared.com/dir/1961667/662aacad/Livros.html















Link para download






segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

MEME

Fui indicado pelo blog da pessoa mais linda além dos muros da inteligência audaciosa
Sou fã da Jéssica...
http://transbordamentosdejessica.blogspot.com/

As regras do Meme são as seguintes:
1. Linkar a pessoa que te indicou.2.
Escrever as regras do Meme em seu blog.
3. Contar 6 coisas aleatórias sobre você.
4. Indique mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.
5. Deixe a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela.
6. Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.
Lá vão os seis detalhes aleatórios sobre mim:

1. Razão e emoção andam de mãos dadas.
2. Meu sangue espanhol as vezes fala mais alto.
3. Não vivo sem grandes sonhos.
4. Não há nada mais forte para mim que minha liberdade de pensar.
5. Já vivi um grande amor, fiz uma grande viagem e li um grande livro, porém quero outro grande amor, outro livro, outra aventura...o tempo é vivido suficiente para ser inesquecível...
6. Preciso da solidão na maioria do tempo, assim como preciso de um amor para respirar.

Os seis blogs são:
http://transbordamentosdejessica.blogspot.com/
http://valsadasvioletas.zip.net/
http://www.allegriar.blogspot.com/
http://precisotantoaproveitarvoce.zip.net/
http://lifesunscreen.blogspot.com/
http://www.mulheresqueescrevem.blogspot.com/

domingo, 4 de janeiro de 2009

Sad Goat-Saudek's Goat

Thiago Martins de Melo- Artista maranhense vencedor do arte pará, 2008

blog: http://ticobal.blogspot.com/

Epistemologia...

Em uma conversa sobre conceitos....


"Eu penso em digestão...
Tudo que é sintético é FODA para digerir e geralmente dá constipação, faz mal para o estômago. O indivíduo tem que tomar anti-ácido, a merda não digere direito e é sempre algo tão escroto que não serve nem para estrume. As fezes atuais são doentias de tanta merda que comem..."
Thiago,2009